que resplandece na vida,
do amanhecer ao anoitecer,
como uma força translúcida
que não tem o que esconder,
nem se esconde,
porque mais forte é
do que todas as forças de escondimento.
Deus vivo das entranhas de minh'alma,
que me desperta em cada amanhecer,
com o presente de um dia sempre virgem,
me conferindo um renovado prazer
de desvirginar a vida que vai se irrompendo
em cada momento que acolho...
Na despedida do que não permanece,
na esperança do que pode ficar,
do que veio sem voltar,
do que volta sem ir,
do que nunca sai nem chega,
porque somente É.
Declinando habilmente o infinito de minha vida,
movimentando o gerúndio de minha existência,
para me conduzir do amanhecer de Deus
ao Deus do amanhecer.
Carregando-me para a noite do recolhimento,
da revisão e do consolo;
para a vida do sem-fim;
que viaja em meus sonhos e sentimentos,
que germina, cresce e amadurece sem parar,
numa viagem embalada pela esperança
de uma vida que não termina,
de um sonho eterno e consolador,
no colo daquele que de tudo é o Criador.
Fonte: Antonio de Lisboa Lustosa Lopes
(Retirado do livro: 'Mensagens para o ano todo, vol. 3', Paulinas Editora)